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Exposition
Francisco Simões
Tem uma forma geométrica circular, este terceiro andamento. Direi perfeição, hegemonia, paridade, manifestação iniciática de um ser único sem imposições vãs. Movimento invariável, idêntico, harmónico, protector, sem início nem fim porque contínuo. Fechando-se, consente que dele tudo nasça.
O escultor – inspirado e artesão – arranca desta geometria muitas das suas formas. Corpos curvilíneos, equilibrados, erotizados também, símbolos daquele amor eternizado no Cântico dos Cânticos. São assim as esculturas femininas de Francisco Simões. Subtis, encantatórias, naturalmente despidas, naturalmente ousadas em sintonia com a vida. Despojadas também porque o artista que as arrancou ao círculo e as torneou erotizando o feminino sabe que, e usando palavras de Diogo de Macedo, “esculpir não é arrear Vénus com berloques, nem tornear um deus a compasso para ficar certinho na prova das nove”.
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